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Cadernos
do Beiral
propõe a escrita de cadernos como ação
pedagógica
No
início do outono de 2009 foi lançado o primeiro
volume do livro "Cadernos do Beiral",
do escritor, professor e artista visual Euclides
Sandoval, radicado em Atibaia- SP. A publicação
é uma realização do Instituto
Câmara Clara em projeto que contou
com o patrocínio da Prefeitura de Atibaia
- Secretaria de Cultura e Eventos, através
da Lei de Incentivo a Projetos Artísticos.
Inspirado em José Saramago, desde o final do século
passado Euclides Sandoval trabalha um diário em 18
cadernos, mais de 4 mil páginas.
Escrita conceitual com imagens. Trajetória
de vida, onde se revelam valores (paradigmas), conceitos,
atitude, comportamentos. Instantes recuperados numa redação
não-linear sobre realizações, projetos
concretizados ou a realizar, ligados às motivações
do autor. Educação, mídia, arte, globalização;
a cultura como entrada num mundo sem saída.
Segundo o autor, "uma idéia do livro é
justamente motivar educadores e estudantes para este espaço
(auxiliar) reflexivo e autoral, como também criativo,
que o caderno de campanha representa".
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"Os Cadernos, além
de antídoto para a ansiedade, ajudam no desenvolvimento
da autoconsciência. Enquanto a atividade escolar se
dirige principalmente para o intelecto, a aquisição
de conhecimentos e destrezas, os Cadernos articulam
razão e intuição, sonho e realidade,
humores do dia-a-dia – o que agrada e o que desagrada.
Espécie
de diário conceitual abrigam sem restrições
a escrita manual, colagens de recortes, desenhos, fotos,
rabiscos... Forma de sentir a si próprio, os seres
e as coisas num todo significativo. Mesmo que se registrem
fragmentos, vamos apurando um saber direto, mais sensível
do que o sensorial da racionalidade programada do sistema
em que vivemos."
(Trecho de apresentação
do livro Cadernos do Beiral. Câmara Clara, 2009)
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"Campo de pouso, espécie de manual de
vôo para projetos e transformação
pessoal, quando o comum é se perder na fragmentação,
velocidade, inércia e confusão. Quem trabalha
nos Cadernos pode explorar a própria riqueza inconsciente.
Após períodos longos e curtos, o fato de se
datar cada segmento – dia da semana, mês e ano
–, surpreende-se com o fluir do tempo. Comparando
períodos, percebemos melhor a transformação
pessoal num mundo, cujo movimento é o jogo de opostos.
O fundamental dos Cadernos é nos auxiliar em descobertas,
até o inusitado para sentir e perceber a realidade
vivida. São inconclusos, mais centrados em processos
do que em resultados. Daí o caráter maior
que acena para a auto-realização da pessoa."
(Trecho
de "Antiprefácio a primeira edição
de Cadernos do Beiral", por Euclides Sandoval ).
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Os Cadernos do Beiral expressam ação estética
e pedagógica, voltados para uma educação
do sensível, na linha de João-Francisco Duarte
Jr, a quem o livro é dedicado.
Trata-se de instrumento de reflexão e apropriação
de conhecimentos, pela oportunidade de melhora da autopercepção,
pensando-se o ambiente educacional e a forma como se está
inserido socialmente. Um princípio, segundo o qual
o “outro” somos nós, além de pessoas
protagônicas, com papel ético e responsável
no mundo. Dado importante para a prática (e leitura)
dos cadernos é a não omissão do olhar
para as próprias qualidades e defeitos. Como diário,
onde se pode sonhar e delirar, suporte de projetos e revisão
de vida, entram aí desde frustrações
a todo tipo de idealização, real espaço
para a liberdade de ter idéias e expressar sentimentos.
Euclides,
com os Cadernos, vê a escrita como exercício
cotidiano de produção de memória e
História. Os “Cadernos do Beiral”, documento
potencial para o que se constrói a partir do tempo
presente, que ele chama de “o eterno agora”.
Em jogo não-linear entre o antes e o depois, há
um enfoque metalingüístico sobre as linguagens
da arte. Nos Cadernos lê-se literatura e poéticas
visuais.
A
iniciativa da Prefeitura e da Secretaria de Cultura e Eventos
de Atibaia, ao premiar projetos artísticos, leva
em conta a prática educacional e as potencialidades
da Cultura como geradora de transformações
sociais. A edição dos Cadernos do Beiral está
aí contemplada.
Os livros poderão ser instrumentos para educadores
e estudantes repensarem a educação formal,
em sentido prático e filosófico. E ao mesmo
tempo, auxiliá-los no processo de autoconhecimento.
O
livro, de 96 páginas, é repleto de fotografias
- cortes e recortes sobre manuscritos, quadros e colagens
do autor. Esculturas de seu pai, Alderico; o quadro com
o retrato do filho; um auto-retrato. "Identificação
com o que há de alma a revelar", pontifica Euclides
Sandoval em seu Antiprefácio.
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Cadernos
do Beiral
Descrição: Livro
de 96 páginas, formato 15x21cm, encadernação
costurada. Capa: cartão suprema 300 gr com plastificação
fosca, colorida. Miolo: papel offset 150 gr, 4x1 cor.
Palavras-chave: Fotografia,
Educação, Artes, Atibaia-SP.
Destinado
à distribuição
gratuita dirigida.
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Distribuição
- democratização
Trezentos
exemplares do livro Cadernos do Beiral foram distribuídos
gratuitamente a escolas municipais de Atibaia, bibliotecas
e outras instituições ligadas à Educação
e Cultura.
A proposta faz parte de uma política do Instituto Câmara
Clara, de reservar a maior parcela de seus produtos culturais para
distribuição gratuita. Acredita-se que projetos culturais
financiados com recursos públicos devem fazer circular entre
a população os resultados de seus trabalhos, seja pela
distribuição gratuita de livros ou sua venda a preços
populares.
O
autor
Euclides
Sandoval tem intensa atuação
na cultura da cidade de Atibaia. Realizou em Atibaia
a 1ª Mostra Jovem de Cinema Surreal (1981),
desenvolvendo atividade cineclubista e teatral.
Professor há mais de 40 anos, atuou nos
ensinos fundamental, médio e magistério
da região. Desde 1987 é docente universitário
na FESB (Bragança Paulista), Departamento
de Educação Artística. É membro
do Grupo Olho Latino, e colaborador do Instituto
Câmara Clara.
Ficha
técnica
Cadernos
do Beiral
Ano
de publicação: 2009.
Cidade: Atibaia-SP.
ISBN: 978-85-62002-02-01.
Organizadores: Daniel
Choma e Tati Costa.
Textos, imagens, quadros e colagens: Euclides
Sandoval
Edição, Fotografias e Editoração: Daniel
Choma
Projeto
e Produção: Tati Costa
Realização: Câmara
Clara - Instituto de Memória e Imagem
Patrocínio: Prefeitura
da Estância de Atibaia | Secretaria de Cultura
e Eventos | Edital de Premiação a
Projetos Artísticos e Culturais | Orçamento
Participativo 2008
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